O outro… é apenas o outro
O que é ou o que significa o cotidiano pra você? Na minha concepção, o cotidiano é a percepção de cada um. É a sua vida. As suas coisas. Seus aprendizados. Seus sentimentos. Tudo isso é o cotidiano de cada um. Onde todos, de forma única, da sua forma, projeta no externo aquilo que é; sente.
Cada pessoa que vemos, que enxergamos, que conversamos, nada mais é que parte desse externo que nos é sempre estranho. E em sendo estranho, nos mobiliza de alguma forma. É “olhando” para esse cotidiano que nos vemos no externo, no outro. É nesse outro que nos identificamos. E são nessas identificações que nos relacionamos mesmo quando não nos relacionamos. Um bom exemplo disso é a dicotomia: “eu te amo”; “eu te odeio”. Esses dois sentimentos andam juntos? Talvez. Mas são diferentes? Talvez. Como assim talvez? Assim. Talvez. Na verdade esse talvez é um advérbio de possibilidade, que não dá certeza, mas dá o provavelmente. E claro que não é aqui, neste blog de viés psicanalítico, que o talvez não vá aparecer, ser, estar, permanecer muito menos ou massivamente milhares de vezes (todas), do que uma “certeza”. Na psicanálise não há certeza. Por exemplo: na física-quântica há certezas? Na física há certeza? Claro que não. Dr Sigmund Freud utilizou a metafísica para dar “vida” à sua teoria. E, portanto, esqueçam as certezas: elas não existem.
De volta ao cotidiano, mesmo sem nunca ter saído dele, tentarei descrever uma cena do dia a dia: você está sentado em meio à multidão que passa para lá e para cá na sua frente, enquanto sentado em um banco. Se você parar para observar no seu silêncio de observação, e observar algumas pessoas de forma mais detalhada, notará que cada uma expressa no rosto, no corpo, aquele momento. E esse momento pode ser: da saída de uma loja, sorrindo ou não; passar a passos largos, com pressa ou devagar sem pressa alguma; comendo algo e falando ao telefone ao mesmo tempo; a maioria olhando para “o nada”, ou seja, quis dizer para seu smartphone (então para nada); dentre outras inúmeras situações. Não sei se percebeu ao ler, mas se não, vamos lá! Cada uma das pessoas que inventei aqui, certamente ao ler, você ficou imaginando cenas que já ocorreram no seu cotidiano. E essas cenas que descrevi são todas diferentes umas das outras, sem me deter a detalhes para não me alongar, e diferentes em cada um no seu jeito de ser. Esses sujeitos ou esses objetos externos foram vistos de que ângulo? E como? Apenas do seu. Sempre do seu. Tanto que ao ler você imaginou e imaginou diferente de mim, uma vez que eu tenho o meu mundo e você o seu. Todos somos, em particular, um mundo
São as peculiaridades que você enxerga no externo e esse externo que se identifica com você, que faz o seu mundo. O mundo é você e tudo que você sente. O outro… é apenas o outro.
Abraço afetusoso! Psicólogo Cleuber Roggia
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